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VII Ciclo de Conferências LISBOA XXI
DINÂMICAS URBANAS E ARTISTICAS
30 de Abril | 16h00 | Sala C 406 – Edifício II| ISCTE-IUL ISCTE-IUL
Coordenação: Paula André Organização: DINÂMIA’CET-IUL No âmbito da unidade curricular “Lisboa: rupturas e continuidades” do Mestrado Integrado em Arquitectura, sob a coordenação da Professora Paula André, e assumindo que a imagem não é simplesmente um determinado tipo de realidade, é também uma determinada ideia e uma ideia polémica da realidade, sendo a imagem uma categoria da partilha do sensível (Jacques Rancière), o VII Ciclo de Conferências LISBOA XXI – DINÂMICAS URBANAS E ARTISTICAS, dará a ver algumas dinâmicas urbanas e artísticas de Lisboa através do uso interessado da história (Fernando de Terán). Para o realizar convidamos duas especialistas da História de Lisboa e da História da Fotografia, que nos revelarão imaginários fotográficos através dos seus olhares e dos olhares de outros, desvendando rupturas e continuidades e construindo sentidos.
Programa 16:00 O problema da habitação para classes populares e o aparecimento dos bairros de barracas em Lisboa. Ana Barata (FCG - Biblioteca de Arte e Arquivos) 16:40 Lisboa ao virar da página. Um percurso entre cidades, fotografias e livros Susana Martins (FCSH-NOVA-IHA) 17:20 Debate :::::::::::::::::::::::::::::::::: Resumo: O problema da habitação para classes populares e o aparecimento dos bairros de barracas em Lisboa. Nas últimas décadas de Oitocentos Lisboa debateu-se entre a saudade do Passeio Público e o desejo de progresso e civilização, num assomo de imitação dos exemplos que lhe iam chegando do exterior. Foi nestes anos que se registou progressivamente um crescimento no número de habitantes, constituído por populações rurais que vieram para a capital em busca de melhores condições de vida. Os bairros antigos da cidade que tinham resistido ao terramoto de 1775 foram o primeiro destino destas populações, que se instalaram em Alfama, na Mouraria e no Bairro Alto, onde as habitações, à luz das teorias higienistas da época, não tinham as mais elementares condições de salubridade e habitabilidade. Surgiu assim a vontade da parte da Câmara Municipal de os submeter a planos de melhoramentos que implicavam a sua destruição. Esta hipótese foi então discutida nas páginas de alguns jornais da época, gerando-se duas posições antagónicas: uma, maioritária, a favor da demolição e outra pela sua preservação. Paralelamente, estes novos habitantes da cidade vão construindo bairros improvisados, de barracas, a que faltam igualmente todas as condições de habitabilidade. Nota Curricular | Ana Barata Ana Barata (Lisboa, 1962), fez a licenciatura em História, variante em História da Arte, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL (1985); tem o curso de Especialização em Ciências Documentais, opção Biblioteca, na Faculdade de Letras de Lisboa (1990) e é Mestre em História da Arte Contemporânea, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL (2000). Fez a pós-graduação em Gestão Cultural nas Cidades no INDEG/ISCTE (2002). Entre 1991 e 1997 foi bibliotecária responsável pela Área de Leitura Geral da Biblioteca Nacional. Desde 1997 que é bibliotecária responsável pelo Serviço de Referência da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian. Tem publicado regularmente artigos no âmbito da história urbanística de Lisboa na viragem do século 19, e realizado várias apresentações sobre metodologias de investigação e pesquisa no âmbito da Arte e da Arquitectura. _________________ Resumo: Lisboa ao virar da página. Um percurso entre cidades, fotografias e livros As cidades desde cedo se afirmaram como locais de fascínio para o olhar fotográfico. Sendo muitas e diversas as histórias que permitem aproximar os universos da fotografia e do urbano, as cidades foram—e continuam a ser—intensamente fotografadas de acordo com um amplo espectro de formas, intenções, materialidades e géneros. Num panorama em que a fotografia participa na construção das identidades e dos imaginários citadinos, o livro fotográfico surge como uma tipologia específica e determinante nos processos de invenção e representação urbana. Esta sessão propõe analisar o caso particular de Lisboa através das suas representações visuais em livros fotográficos de circulação nacional e internacional. Neste percurso, será dado particular destaque a exemplos da década de 1950 que permitirão compreender como as imagens fotográficas frustram mitos de objectividade e neutralidade, contribuindo poderosamente para produzir, manter ou contrariar ficções identitárias nacionais. Nota curricular: Susana Martins Susana S. Martins é Professora Auxiliar Convidada e Investigadora do Instituto de História da Arte, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade NOVA de Lisboa (UNL). Doutorada em fotografia e estudos culturais pela Katholieke Universiteit Leuven (KUL), Bélgica, ensina actualmente na área da fotografia e das artes visuais. A sua investigação tem privilegiado a história e a teoria da fotografia na intersecção com o campo das exposições, das culturas editoriais e das identidades nacionais. Publicou recentemente, com Anne Reverseau, o livro Paper Cities. Urban Portraits in Photographic Books (Leuven University Press, 2016). Membro do grupo de Museum Studies e do Cluster Estudos de Fotografia e Cinema do IHA, tem participado em diversos projectos no campo dos estudos literários e artísticos. Integra actualmente a equipa de investigação do projecto FCT Fotografia Impressa: Imagem e Propaganda em Portugal (PTDC/CPC-HAT/4533/2014).
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