Restelo: um laboratório arquitectónico
Patrícia Bento d’Almeida
25 Fev.,
16:00 – 17:30
Auditório Afonso de Barros,
Entrada livre
ISCTE-IUL,
Av. das Forças Armadas, Lisboa
Resumo
Era ainda a zona do Restelo denominada de Encosta da Ajuda quando os arquitetos portugueses viram neste território o palco ideal para experimentar novas soluções urbanísticas e arquitetónicas. Se nos anos 40 do século XX as edificações (aportuguesadas) demarcaram-se na paisagem, na década seguinte são os ensinamentos de Le Corbusier que foram fielmente aplicados. Servindo de cenário à efémera exposição do Mundo Português (1940), e sendo à época uma das principais áreas de expansão planeadas da cidade de Lisboa, o Restelo foi entendido por um grande número de ateliers como um verdadeiro laboratório arquitetónico, possibilitando um ensaio da Modernidade por parte dos mais jovens profissionais.
Nota curricular
Patrícia Bento d’Almeida (1976) é licenciada em arquitetura. Apoiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, em 2006 obteve o grau de mestre e em 2013 o grau de doutor em História da Arte Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem colaborado em diversos projetos de investigação nacionais sendo atualmente investigadora do DINÂMIA/CET-IUL, Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa. Autora de artigos científicos e textos de enquadramento crítico no âmbito da História da Arquitetura e do Urbanismo em Portugal desenvolve presentemente investigação no âmbito da produção arquitetónica do século XX e das práticas e metodologias de investigação em arquitetura.
5º Ciclo de Conferências LISBOA XXI - Minha Querida Lisboa
Coordenação Cientifica: Paula André
Organização: DINÂMIA’CET-IUL
O complexo processo do contemporâneo território urbano é o espelho das dinâmicas, das convergências, das contradições e dos discursos do mundo simultaneamente globalizado e localizado. A realidade urbana actual tem sido tema de investigação e reflexão em monografias e ensaios, plataformas e laboratórios, exposições e seminários, que a partir de uma caracterização do presente ambiente construído e trabalhando numa convergência dos saberes (arquitectura, urbanismo, geografia, economia, história, antropologia, filosofia, sociologia, arte, design…), procuram debater visões prospectivas das quais resulta um vasto reportório conceptual que constrói a história urbana.
A partir desta perspectiva transdisciplinar o 5º Ciclo de Conferências LISBOA XXI sob o título Minha Querida Lisboa, inserido na unidade curricular “Lisboa: rupturas e continuidades”, leccionada e coordenada pela Professora Paula André no Mestrado Integrado em Arquitectura da Escola de Tecnologias e Arquitectura do ISCTE-IUL, tem como principal objectivo desenvolver uma abordagem contemporânea de um caso concreto de cidade – Lisboa.
No sentido de laboratório de reflexão critica e de debate multidimensional, revela-se a cidade de Lisboa como âncora de uma cultura metropolitana nas suas dimensões Agostinianas de urbs e civitas, actualizadas nos domínios físicos, conceptuais, políticos e de governança da cidade.
Pretende-se analisar criticamente a arquitectura e o urbanismo da cidade como processo cultural, inscrito na problemática das memórias e das identidades. No sentido de promover uma abordagem transdisciplinar e holística em long durée da cultura urbana através do caso de Lisboa, no contexto das suas raízes históricas, foram convidados especialistas das áreas do Urbanismo, da Arquitectura, da Engenharia, e da História da Arte.
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